Como funciona o trabalho de um colorista de HQs?

O colorista recebe as páginas em preto e branco e já com os balões de diálogos, e então aplica as cores

Ele pega a HQ já desenhada e aplica as cores à história no computador. Mas o trabalho parece muito mais fácil do que realmente é, pois viver da profissão exige muito empenho e persistência. Coloristas profissionais levam anos para trabalhar com grandes títulos, artistas e editoras. A colorista e roteirista Cris Peter, primeira brasileira indicada ao prêmio internacional Will Eisner, tem 15 anos de carreira, mas levou dez para se estabelecer na profissão. “Hoje em dia pode ser mais rápido. Mas, há alguns anos, quando não existia um mercado de HQs no Brasil, era mais complicado”, diz ela. O colorista Marcelo Maiolo tem 11 anos de carreira, mas levou oito para chegar a títulos médios e dez para chegar às obras mais vendidas.

1. Um colorista pode conseguir trabalhos de duas formas: pode ser convidado por um artista para fazer parte do projeto ou ser contratado por uma editora – e, nesse caso, colorir os títulos que ela lhe passar. Na maioria das vezes, o trabalho é no estilo freelance, ou seja, sem carteira assinada. O colorista recebe um valor combinado para cada projeto em que trabalha

2. O processo de colorização é, na maioria das vezes, um dos últimos passos para concluir a HQ. O colorista recebe as páginas em preto e branco e já com os balões de diálogos. A quantidade de páginas recebidas depende do andamento da HQ: quando ela está adiantada, o colorista recebe todas de uma vez só. Senão, ele vai colorindo os quadrinhos à medida que ficam prontos. Em alguns casos, as onomatopeias são feitas depois da colorização, para seu tom não se confundir com as cores

3. Uma das maiores marcas de um colorista é sua própria paleta de cores. Por isso, o profissional tem liberdade para escolher quais delas aplicar em cada quadro. Segundo a colorista Cris Peter, essa é a parte mais complicada do trabalho, pois é preciso pensar com cuidado na harmonia das cores. Quando elas são preestabelecidas (as do uniforme do Superman, por exemplo), o profissional pode escolher os tons que lhe agradem mais

4. Há softwares livres que podem ser usados, mas a grande maioria dos coloristas usa o Photoshop. As ferramentas mais usadas, segundo Maiolo, são seleções, pincéis, lápis e contraste. É também nesse programa que eles aplicam, além da cor, efeitos como textura, luz e sombra. Novamente, tudo depende do projeto: em alguns, o próprio desenhista já faz camadas de cinza na ilustração. Em outros, isso é tarefa do colorista

5. A mídia da HQ é importante para escolher o sistema de cores usado. Se for apenas digital, o sistema RGB é melhor, pois tem cores-luz melhores para monitores, como tons em néon. Se for impressa em papel, o CMYK, com cores correspondentes a tintas, é o certo, apesar de ser mais limitado. “Se o colorista tiver dúvidas se a revista será impressa ou digital, aconselho sempre a usar o CMYK”, diz Cris

6. O colorista vai mostrando o resultado à equipe conforme as páginas ficam prontas. “Eu costumo mandar por e-mail as páginas em arquivos JPG, para que o time vá olhando”, afirma Cris. Pequenas alterações podem ser pedidas. Segundo Cris e Maiolo, é possível colorir cinco páginas por dia – uma revista de 20 páginas, portanto, seria concluída em cerca de uma semana. Por essa quantidade de trabalho, editoras norte-americanas costumam pagar entre US$ 30 e US$ 150

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Matéria retirado do site mundoestranho.abril.com.br

23 de março de 2017
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