Depois da ideia e antes da programação existe uma fase que consiste em definir os alicerces, onde o jogo ganha alma. Para desenvolver um jogo é necessário pensar na mecânica, dinâmica e estética antes de começar a construir. Existe uma ferramenta de análise de jogos que é utilizada nesse processo criativo da fase embrionária, o framework MDA – Mechanics-Dynamics-Aesthetics.
A mecânica é a parte que define as limitações do mundo e do personagem, são como peças de um quebra-cabeça que devem se encaixar. A dinâmica é o que define a maneira que o jogador vai agir dentro das regras do jogo, ela é pensada com base em experiências dos criadores – o que o jogador faria em determinada situação dispondo de tais recursos – é como as peças do quebra cabeça podem ser encaixadas. E a estética desperta o lado emocional do jogador.
O jogo deve emocionar e despertar sentimentos positivos, como empatia, responsabilidade, e a sensação real de estar inserido no mundo do jogo ou até ansiedade e competitividade, que podem ser o foco de jogos de terror, por exemplo. O ponto é não deixar a energia cair, envolvendo o jogador e motivando-o a jogar até o final.
As regras causam uma dinâmica no jogo que gera uma resposta emocional, mas o desenvolvedor deve encarar o caminho inverso, deve pensar primeiramente na emoção que deseja que o jogo provoque, através de uma dinâmica que será definida por algumas mecânicas.
Sabendo que o jogo é feito para o quem o joga, deve ser construído pensando na sensação do jogador, enquanto as regras são a conseqüência disso, segundo Ivan Paz, professor e desenvolvedor de jogos.
Todo mundo já passou pela experiência de começar a jogar algo e não se divertir. Muitos nem sabem o porquê, mas simplesmente desgostam do que tem em mãos. Segundo o MDA,os problemas podem ser resumidos em uma mecânica mal construída, uma dinâmica quebrada ou um jogo sem sentimentos.
