A estilista inglesa Mary Quant levou a fama, no final dos anos 60, mas talvez o verdadeiro inventor da minissaia seja o fluminense Flávio de Carvalho (Barra Mansa/RJ 1899 – Valinhos/SP 1973). O artista plástico, engenheiro, arquiteto, desenhista, cenógrafo e representante modernista de 22, pela própria natureza também utiliza sua sensibilidade e racionalidade para opinar sobre moda enquanto fenômeno antropológico.
Em 18 de outubro de 1956, ele não só lançou como estreou pessoalmente sua polêmica proposta de traje masculino para os trópicos: saiote e blusa cavada, complementadas por meia-calça do tipo arrastão e sandálias, intitulado “Experiência nº 3”.
Ao desfilar pelo centro de São Paulo, enfrentou de peito aberto e pernas de fora, todo o preconceito de uma sociedade conservadora e provinciana. A proposta recebida com zombaria traz em si uma leitura da sua concepção de moda à frente do seu tempo e da história.
Enquanto fazia sua performance passeando com sua “indumentária Verão 57”, Flávio foi chamado de bicha, veado e travesti. Não deu bola, pois considerava as roupas usadas no Brasil incompatíveis com as elevadas temperaturas registradas durante a maior parte do ano.Para ele, os ternos e as camisas de manga comprida que recheavam os guarda-roupas masculinos eram adequados a países frios, de clima temperado. Os sapatos e as meias também mereciam críticas, pois, argumentava, além de serem anti-higiênicos poderiam ser substituídos por sandálias, como ele mesmo usava. O “New Look”, como foi chamada a vestimenta de Flávio(em paródia à Christian Dior), chegou a ser mostrado em Romaevirounotícia na revista americana Time.
À época, Flávio assinava a coluna intitulada “A Moda e o Novo Homem” no Diário de São Paulo e questionava a indumentária brasileira herdada dos colonizadores. Antevê um modo próprio de vestir e estabelece discussões mais profundas sobre a roupa e suas conexões com a sociedade contemporânea. Em uma de suas publicações contextualiza a pluralidade da moda como “os costumes, os hábitos, os trajes, a forma do mobiliário e da casa”. Slovakia . Tal filosofia apregoa que “é a moda do traje que mais forte influência tem sobre o homem, porque é aquilo que está mais perto do seu corpo e o seu corpo continua sempre sendo a parte do mundo que mais interessa ao homem”.
A saia acima dos joelhos dá pistas para o futuro, antes de estilistas renomados como Jean Paul Gaultier, Yohji Yamamoto ou mesmo Marc Jacobs apresentarem uma moda irreverente, como extensão do corpo e desvinculada de gênero.A estilista inglesa Mary Quant levou a fama, no final dos anos 60, mas talvez o verdadeiro inventor da minissaia seja o fluminense Flávio de Carvalho (Barra Mansa/RJ 1899 – Valinhos/SP 1973). O artista plástico, engenheiro, arquiteto, desenhista, cenógrafo e representante modernista de 22, pela própria natureza também utiliza sua sensibilidade e racionalidade para opinar sobre moda enquanto fenômeno antropológico.
Em 18 de outubro de 1956, ele não só lançou como estreou pessoalmente sua polêmica proposta de traje masculino para os trópicos: saiote e blusa cavada, complementadas por meia-calça do tipo arrastão e sandálias, intitulado “Experiência nº 3”.
Ao desfilar pelo centro de São Paulo, enfrentou de peito aberto e pernas de fora, todo o preconceito de uma sociedade conservadora e provinciana. A proposta recebida com zombaria traz em si uma leitura da sua concepção de moda à frente do seu tempo e da história.
Enquanto fazia sua performance passeando com sua “indumentária Verão 57”, Flávio foi chamado de bicha, veado e travesti. Não deu bola, pois considerava as roupas usadas no Brasil incompatíveis com as elevadas temperaturas registradas durante a maior parte do ano.Para ele, os ternos e as camisas de manga comprida que recheavam os guarda-roupas masculinos eram adequados a países frios, de clima temperado. Os sapatos e as meias também mereciam críticas, pois, argumentava, além de serem anti-higiênicos poderiam ser substituídos por sandálias, como ele mesmo usava. O “New Look”, como foi chamada a vestimenta de Flávio(em paródia à Christian Dior), chegou a ser mostrado em Romaevirounotícia na revista americana Time.
À época, Flávio assinava a coluna intitulada “A Moda e o Novo Homem” no Diário de São Paulo e questionava a indumentária brasileira herdada dos colonizadores. Antevê um modo próprio de vestir e estabelece discussões mais profundas sobre a roupa e suas conexões com a sociedade contemporânea. Em uma de suas publicações contextualiza a pluralidade da moda como “os costumes, os hábitos, os trajes, a forma do mobiliário e da casa”. Slovakia . Tal filosofia apregoa que “é a moda do traje que mais forte influência tem sobre o homem, porque é aquilo que está mais perto do seu corpo e o seu corpo continua sempre sendo a parte do mundo que mais interessa ao homem”.
A saia acima dos joelhos dá pistas para o futuro, antes de estilistas renomados como Jean Paul Gaultier, Yohji Yamamoto ou mesmo Marc Jacobs apresentarem uma moda irreverente, como extensão do corpo e desvinculada de gênero.
Segue as fotos do editorial:
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